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PRA QUE SERVE UM BILIONÁRIO?

Foto do escritor: Rebel GirlRebel Girl

Atualizado: 4 de fev.

Respondendo à pergunta de bilhões

Título da crônica roubaram meu tênis sobre fundo de tênis

Hoje, enquanto tomava meu delicioso café pré-treino, fui impactada por uma frase que mexeu comigo até agora, enquanto eu espero o meu Chester perdigão ficar pronto (sim, eu estou comendo aves natalinas até agora. Você já viu o preço?).

“Cultuar bilionários é a mesma coisa que acreditar que a puta está apaixonada por você.” Que poesia do capitalismo tardio. E caso você não tenha entendido, deixe-me discorrer sobre a realidade desta afirmação.

Esta semana uma foto que ficará para sempre nos anais infames da nossa sociedade foi tirada. Um momento ecumênico de posse de um presidente de um paiseco que hoje só é conhecido por fabricar armas e exportar “liberdade” a países que nunca pediram por isso conseguiu juntar um bando de bilionários que resolveram de vez soltar suas franguinhas.

É um tanto nojento escrever sobre eles, se estou sendo bem honesta. É escrever na realidade aquilo que eu leio em distopias desde os meus treze anos. Você lê sobre mundos imaginários, e no centro do seu estômago um frio vai tomando conta, o medo de que aquilo se torne um dia real. Quando o livro acaba, você o fecha e respira, aliviado. Era só uma análise muito bem-feita do cenário mais cruel de um momento histórico, e seu desfecho horrendo.

Bom. Bem-vindo ao desfecho horrendo. Fazer 37 anos e ver com seu olhar crítico meticulosamente cultivado, há mais de duas décadas, que o que você está assistindo é uma mistura de O Conto de Aia com Fahrenheit 451, e uma pitada de Admirável Mundo Novo. E o pior, não veio nem com a beleza e sutileza da boa escrita com a qual você se acostumou.


“Cultuar bilionários é a mesma coisa que acreditar que a puta está apaixonada por você.”

Não, a realidade é sempre mais crua e esteticamente prejudicada que o que a sua imaginação (e a daqueles belos autores) consegue conceber. Homens, claro, essa base nunca difere da realidade, carecas, mal diagramados, e a julgar por suas obsessões por formas e objetos fálicos, com severos problemas de performance sexual. Um deles, inclusive, o mais proeminente na fatídica foto por seus dizeres bizarros (que sempre foram tão insuportáveis que o coitado teve que comprar uma rede social inteira pra se fazer escutar, tal qual Quico e sua bola), foi profetizado não apenas em texto, mas pelo diretor George Miller em seus últimos filmes, já que claramente em estética e atitude o personagem Immortan Joe e o da vida real se parecem.

Além da estética pessoal duvidosa, temos que pensar que o mesmo se pode falar de seus “espaços virtuais”, afinal, quando se fala em lucro máximo acima de tudo, estamos falando de zilhões de coisas como UX e noções de design gráfico básicas (se você faz parte da plataforma Good Reads, você sabe do que eu estou falando, um horror internáutico). Além, é claro jogar serviços de qualidade a preços justos (com salários igualmente justos a seus funcionários) pela metafórica janela, mas este é o próximo assunto.

Peço licença a Rita Von Hunty, de quem eu roubei o título desse texto, pra agrupar aqui em algumas linhas a então resposta ao meu simples questionamento: Pra que, então, serve um bilionário?

Bom, primeiramente pra individualizar os lucros e socializar as perdas. Tomamos aqui o exemplo da crise de especulação imobiliária de 2008, que após deixar populações inteiras passando fome e sem teto sobre suas cabeças, teve seus pivôs literalmente salvos pelo governo estadunidense, em um dos maiores casos de fraude hipotecaria da história. Outro tipo de especulação preferido desse tipinho é a imobiliária. Já parou pra pensar por que nossa geração não tem uma chance no inferno de alugar uma moradia digna (não um aluguel arrombado) em um grande centro urbano, hoje, sem desembolsar pelo menos metade de uma renda familiar? Sim, queridos amigos, podemos agradecer, em São Paulo, por exemplo, a João Carlos Di Genio, o magnata por trás do Grupo Objetivo de ensino, que é literalmente dono de um bocadão da cidade. Sim, você entendeu certo, dono da cidade.


"Peço licença a Rita Von Hunty, de quem eu roubei o título desse texto, pra agrupar aqui em algumas linhas a então resposta ao meu simples questionamento: Pra que, então, serve um bilionário? Bom, primeiramente pra individualizar os lucros e socializar as perdas."

Uma outra coisa muito interessante que o bilionário faz é a exploração de força de trabalho dos outros, sem muita, ou quase nada, de si mesmo. Hoje, mais de 33% dos bilionários do mundo, são herdeiros, olha só! Se focarmos nos queridos da foto acima, podemos estabelecer que todas essas novas fortunas vieram de, vejam só, outros bilionários! Marquinhos, por exemplo, podia não ser rico quando criava seu sitezinho misógino comparando mulheres de Harvard, enquanto batia punhetas solitárias em seu dormitório, mas seu sócio, e futuro nêmesis, Eduardo Saverin (brasileiro ele, vejam só), era. Você vai lembrar da cobiçada marca de roupas Tip Top da nossa infância. O vovô do querido fundou a marca, assim como muitas outras, e é tratado como industrial brasileiro.

O outro fofo da foto, o 100% calvo, que gosta de dizer que começou sua marca de destruição de pequenos negócios “na garagem” teve aporte inicial de quase 400 mil dólares de investidores, mas veja só, 245 mil eram de ninguém mais ninguém menos que seus próprios pais.


"Então, meus queridos, eu não me proponho a debater economicamente o peso que um bilionário tem em uma economia, mas sim de forma bem simples demonstrar o básico. O link do vídeo da Rita segue aqui abaixo, e o do canal dela, Tempero Drag"

Do Immortan Joe eu nem preciso falar né? O mais controverso de todos, sua historinha de “self made man” foi desbancada há algum tempo na internet, mas caso você ainda seja um que esteja com o saco escrotal do dito cujo firmemente preso na sua garganta, o vôvis do desquerido era nazi declarado, e levou seus milhões pra África do Sul pois “o sistema sociopolítico do país era muito interessante para ele, na época”. Caso você não saiba, a África do Sul estava vivendo seu Apartheid quando o vovô Musk foi até lá explorar ainda mais a população segregada. Além de ser muito bem sabido que o feioso (as fotos desse homem de calção irão pra sempre fazer parte dos meus pesadelos) pouco sabe o que faz, além de comprar coisas, e contratar muita gente que sabe o que está fazendo, a salários baixíssimos.

Então, meus queridos, eu não me proponho a debater economicamente o peso que um bilionário tem em uma economia, mas sim de forma bem simples demonstrar o básico. O link do vídeo da Rita segue aqui abaixo, e o do canal dela, Tempero Drag, caso você tenha mais interesse em se radicali... Perdão, se irritar. Saiba que se você, querido, trabalhar initerruptamente, 7 dias por semana, 24 horas por dia, pelos próximos 50 anos da sua vida, mesmo assim, você ainda não será um bilionário. E convenhamos, que merda de propósito é esse né? A resposta pra que serve um bilionário então? Meus queridos, além de serem um peso social e econômico do mundo, servem pra porra nenhuma.



Link dos canais desse ensaio

Coluna em vídeo Carta Capital "Para que serve um bilionário?": https://www.youtube.com/watch?v=f50GsBvU_bY&t=412s

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1 Comment


Jean Luc 9000
Jean Luc 9000
Feb 03

Adorei! Tá faltando Luigi pra tanto Bowser... Dona Rita é incrível!

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